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sábado, 21 de março de 2015

Pela diversidade e multiplicidade humanas!


Nunca tive muita paciência para as ditas “amizades” virtuais – i.e., aquelas que ocorrem apenas nas “redes sociais”. Por isso, a imensa maioria de minhas “amizades” virtuais se restringem a pessoas que conheço (ou já conheci) no mundo real, com poucas exceções. Apesar, entretanto, de pensar que essas sejam apenas “simulações” de relações humanas, creio que, de certa forma, mimetizam nossos comportamentos sociais do mundo real.

No mundo real, tenho conhecidos e amigos de todas as cores, de muitas línguas, das mais variadas crenças e descrenças religiosas, de muitas nacionalidades e cidadanias, de múltiplas perspectivas políticas, e de diferentes backgrounds culturais e status socioeconômicos. Para mim, esta diversidade é o que torna a vida humana bela, apesar de todas aquelas pequenas e/ou grandes coisas que parecem querer sabotar a beleza de nossa experiência na Terra. Eu não consigo imaginar minha vida num mundo no qual não houvesse tal multiplicidade humana.

A mentalidade de nosso tempo, da qual também sou herdeiro, louva, ao menos nominalmente, a diversidade como elemento vital da “essência” da vida social. Assim, ensinamos, escrevemos, cantamos, pregamos, pintamos, filmamos, construímos, dançamos, cozinhamos, amamos – e todos os possíveis verbos criativos imagináveis – a diversidade.

Sempre foi minha política pessoal mimetizar essa variedade também no mundo virtual.

Nos últimos anos, entretanto, tenho me surpreendido com a atitude de certos conhecidos nos mundos real e virtual. Alguns, pessoas que publicamente recitam os credos da diversidade e da tolerância, têm declarado que se afastarão daqueles que ousam pensar de forma distinta das deles – especialmente no que concerne à política e à religião. No mundo virtual, ameaçam “deletar” de seus círculos qualquer um que expresse uma opinião, geralmente política ou religiosa, da qual eles discordem!

Mais um sintoma da contradição de nossa era! Infectamos nossos professos credos políticos/religiosos com a hipocrisia de nossas atitudes arrogantes, que, consequentemente, desacreditam tais credos.

Assim fazendo, vence o espírito da iliberalidade e do conformismo opressor. Uma negação da diversidade e da multiplicidade humanas.

+Gibson