(A seguinte é minha resposta à provocação de um participante num grupo de discussões sobre religião onde afirmou que a ciência não explica a origem da vida e do Universo.)
Tanto a ciência quanto a religião foram, e têm sido, muito bem sucedidas em explicar a origem da vida e do Universo. Tudo depende da pergunta que é feita. Há perguntas acerca de nossa origem que só podem ser respondidas pela ciência; por outro lado, há outras que só podem ser respondidas pela linguagem metafórica do mito religioso.
As respostas científicas podem parecer frustrantes para alguns porque elas nos deslocam do solo seguro dos mitos nos quais estamos todos culturalmente envoltos. A ciência nos diz que houve um princípio que pode ser localizado no tempo – nisso ela não se distingue tanto assim das narrativas religiosas, especialmente das tradições jordânicas (o judaísmo, o cristianismo, o islã etc). Ela nos diz, entretanto, que o que chamamos de “criação” ainda não está acabada. A criação continua, já que a vida está evoluindo e o próprio Universo está evoluindo por meio de sua expansão, por meio da morte e surgimento de outros astros.
Sim, é verdade que a ciência pode ainda não ter conseguido “detectar” algumas de suas suposições, mas você não pode esquecer que a ciência trabalha com um outro conceito de “verdade”, bem diferente daquele aceito por algumas tradições religiosas (não todas!). A verdade científica – a teoria científica – dura até que haja evidência contraditória, não importando quanto tempo leve para que essa evidência venha à tona; e além disso, a verdade científica está sempre aberta a ser questionada.
As respostas científicas podem parecer frustrantes para alguns porque elas nos deslocam do solo seguro dos mitos nos quais estamos todos culturalmente envoltos. A ciência nos diz que houve um princípio que pode ser localizado no tempo – nisso ela não se distingue tanto assim das narrativas religiosas, especialmente das tradições jordânicas (o judaísmo, o cristianismo, o islã etc). Ela nos diz, entretanto, que o que chamamos de “criação” ainda não está acabada. A criação continua, já que a vida está evoluindo e o próprio Universo está evoluindo por meio de sua expansão, por meio da morte e surgimento de outros astros.
Sim, é verdade que a ciência pode ainda não ter conseguido “detectar” algumas de suas suposições, mas você não pode esquecer que a ciência trabalha com um outro conceito de “verdade”, bem diferente daquele aceito por algumas tradições religiosas (não todas!). A verdade científica – a teoria científica – dura até que haja evidência contraditória, não importando quanto tempo leve para que essa evidência venha à tona; e além disso, a verdade científica está sempre aberta a ser questionada.
Uma sugestão que posso fazer é que você leia os seguintes livros para entender um pouco mais sobre a origem do Universo de acordo com as teorias científicas, juntamente com discussões sobre o papel das narrativas religiosas na construção de nossos entendimentos cosmológicos contemporâneos:
ABRAMS, Nancy Ellen; PRIMACK, Joel R. Panorama Visto do Centro do Universo: a descoberta de nosso extraordinário lugar no cosmos. Tradução Maria Guimarães. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos mitos de criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
________________. Criação Imperfeita: cosmo, vida e o código oculto da natureza. Rio de Janeiro: Record, 2010.
POTTER, Christopher. Você Está Aqui: Uma história portátil do Universo. Tradução Cláudia Carina. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
ABRAMS, Nancy Ellen; PRIMACK, Joel R. Panorama Visto do Centro do Universo: a descoberta de nosso extraordinário lugar no cosmos. Tradução Maria Guimarães. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos mitos de criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
________________. Criação Imperfeita: cosmo, vida e o código oculto da natureza. Rio de Janeiro: Record, 2010.
POTTER, Christopher. Você Está Aqui: Uma história portátil do Universo. Tradução Cláudia Carina. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.