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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Nesta Páscoa, experienciemos uma ressurreição!


"Ele ressuscitou, como havia dito!" (Mateus 28:6)


A Páscoa carrega consigo múltiplos sentidos que, associados ao Natal, completam a linguagem metafórica do nascimento, morte e ressurreição na tradição cristã. Por isso mesmo, independentemente da interpretação que lhe associemos, ela é essencial à narrativa cristã.

Pessoalmente, rejeito as noções de sacrifício expiatório, de substituição penal, de resgate etc. Elas são irreconciliáveis com minha compreensão de Deus e de Jesus. O que quero dizer com isso é que, para mim, Jesus não morreu para que eu pudesse ser perdoado por Deus. Mas, mesmo rejeitando essa compreensão visceralmente violenta da divindade, a linguagem pascoal ainda é fundamentalmente bela e inspiradora.

A linguagem pascoal é uma linguagem sacramental, uma linguagem que aponta para aliança entre a humanidade e a Divindade, e entre a humanidade e ela mesma. Essa aliança se constrói no processo de nascimento, morte e ressurreição. Como discípulos de Cristo, somos metaforicamente convidados a morrer para aquilo que nos separa de Deus e ressuscitar para uma nova vida em Cristo. E esse é o chamado mais difícil que podemos aceitar.

Essa ressurreição à qual somos convocados é uma vida que revele e respeite a presença e a atividade reconciliadora de Deus na criação. É uma vida de afirmação e respeito à dignidade das pessoas, de proteção à sacralidade da criação, e de alívio ao sofrimento físico e espiritual daqueles ao nosso redor – não importando quem sejam ou onde estejam. Quando nossa vida se torna partícipe desse processo divino, aí podemos dizer que conhecemos o espírito da Páscoa, pois então Jesus terá verdadeiramente ressuscitado em nosso coração.

Que nesta Páscoa possamos experienciar nós mesmos uma ressurreição em nosso interior. É minha oração.

Feliz Páscoa!

+Gibson