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domingo, 21 de novembro de 2010

Leituras de Hoje - Lecionário Comum Revisado


Próprio 29 (34) – 21 de novembro de 2010
  • Primeira Leitura e Salmo
    • Jeremias 23:1-6
    • Lucas 1:68-79 ou Salmo 46

  • Segunda Leitura
    • Colossenses 1:11-20 

  • Evangelho
    • Lucas 23:33-43

Livros de Interesse para Unitaristas

Três livros que relatam as ideias, experiências e vida de dois grandes unitaristas: Charles Darwin, o grande homem da Teoria da Evolução [os dois primeiros livros na lista]; e, um de meus maiores herois e uma das figuras mais respeitadas na história do Unitarismo, Joseph Priestley, que junto com Theophilus Lindsey organizou o Unitarismo na Grã-Bretanha, além de o ter levado para os Estados Unidos, e ter descoberto o oxigênio [o terceiro livro da lista].


KEYNES, Randal. Creation: The True Story of Charles Darwin. New York: Penguin Group, 2001.

DESMOND, Adrian; MOORE, James. A Causa Sagrada de Darwin: raça, escravidão e a busca pelas origens da humanidade. Rio de Janeiro: Record, 2009.

JOHNSON, Steven. A Invenção do Ar: uma saga de ciência, fé, revolução e o nascimento dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2009.

O que tenho lido ultimamente?

BROWN, Cynthia Stokes. A Grande História: do Big Bang aos dias de hoje. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

CHRISTIAN, David. Maps of Time: An Introduction to Big History. Berkeley: University of California Press, 2004.

DAWKINS, Richard. The Blind Watchmaker. London: Penguin Books, 2006.

_________________. The Ancestor's Tale: A Pilgrimage to the Dawn of Evolution. New York: Houghton Mifflin Company, 2004.

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos mitos de criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

________________. Criação Imperfeita: Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza. Rio de Janeiro: Record, 2010.

________________. O Fim da Terra e do Céu: o Apocalipse na Ciência e na Religião. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

JOSEPH, Irmã Miriam. O Trivium: As Artes Liberais da Lógica, Gramática e Retórica. São Paulo: É Realizações, 2008.

MAGNOLI, Demétrio. Uma Gota de Sangue: História do Pensamento Racial. São Paulo: Contexto, 2009.

POTTER, Christopher. Você Está Aqui: Uma História Portátil do Universo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.


SAGAN, Carl. Cosmos. New York: Random, 1985.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Liturgia da Santa Comunhão - 14 de Novembro de 2010


CONGREGAÇÃO UNITARISTA DE PERNAMBUCO
Mentes Abertas – Mãos Abertas – Corações Abertos

Ofício Bilingue - Bilingual Service

25º Domingo Depois do Pentecoste – 14 de novembro de 2010
25th Sunday After Pentecost – November 14, 2010


Canção de InspiraçãoSong of Inspiration: “Yeliel (My Angel)” – Coral/Choir

Just like the sea
No one possesses you
And no one can go down to
The deepest side of you

Just like a tree
Decades and memories
Articulate and seal
Every one of your dreams

When I need you I secretly sing you this part of my soul

[Chorus:]
Yeliel, my angel
Know that I can hear you
And every word you speak is holy
Wind caressing me
Yeliel, my angel
Know that I can see you
And when I fall I feel your arms around my destiny
Protecting me

I do believe
Some things are mysteries
The simple fact that we stand alive
that we breathe
Why do I love
Why do I hate and die
Where do these things all lie
I don't know why I cry

When I need you I secretly sing you this part of my soul
[Chorus]
Why do I love
Why do I hate and die
Where do these things all lie
I don't know why I cry
When I need you I secretly sing you this part of my soul
[Chorus]


Chamado à Reunião – Gathering Call: Marta Melo

Nos reunimos admirados pela Vida,
Para celebrar a vida e a comunidade.

Abraçamos a todos com amor incondicional e aceitação graciosa,
Todos são bem-vindos, todos são valorizados.

Hoje celebramos o Amor e a Amizade,
Nos comprometemos com o ensino de Jesus de amor incondicional.

Encontramos uma janela para o Deus de muitos nomes em Jesus,
E também encontramos inspiração nas palavras de outros que buscaram a Deus.

Somos uma comunidade de mentes, mãos e corações abertos,
Trabalhando e vivendo pela justiça e paz no mundo.

Buscamos expressões e experiências de Deus dentro, entre e além da palavra, pensamento e ação.
Juntos continuamos a aventura humana.


Canção de Reunião – Gathering Song: “Podes Crer” (Cidade Negra) – Coral e Todos/Choir & All

O que é, meu irmão
eu sei o que te agrada
e o que te dói, e o que te dói

É preciso estar tranquilo
pra se olhar dentro do espelho
refletir
o que é?

Seja você quem for
eu te conheço muito bem
isso faz bem pra mim
isso faz bem pra vida

Onde quer que vá
eu vou estar também
eu vou me lembrar
daquela canção que diz

parapapapa....

Bendito
encontro
na vida
amigo

É tão forte quanto o vento quando sopra
tronco forte que não quebra, não entorta
podes crer, podes crer,
eu tô falando de amizade

Oração/Prayer: Diácono Elias Santana (português)/Deacon Lars Channing (English)

Diáconos/Deacons: Deus esteja com vocês - God be with you
Todos/All: O espírito de Deus está aqui. - God's spirit is here.

Amado Deus, Mistério e Vida do Universo, nos reunimos aqui para celebrar as dádivas com as quais nos abençoastes. Nos reunimos aqui para aprender a amar o mundo, para aprender a perdoar, para aprender a sorrir. Que teu espírito de amor e compreensão possa nos preencher. Que possamos ser tua presença para outras pessoas. Que possamos amar incondicionalmente a todos. Esta é nossa oração. Amém.

Loving God, Mystery and Life of the Universe, we gather together to celebrate all the gifts with which you have blessed us. We gather here to learn how to love the world, to learn how forgive, to learn how to smile. May your spirit of love and understanding fill us. May we be your presence to other people. May we love all unconditionally. This is our prayer. Amen.

Canção/Song: “Side” (Travis) – Rev. Gibson da Costa/Cristina Wolfenson/Shannon/Coral

Well I believe there's
Someone watching over you
They're watching
Every single thing you say
And when you die
They'll set you down
And take you through
You'll realise one day

That the grass is always
Greener on the other side
The neighbour's got a new car
That you wanna drive
And when time is running out
You wanna stay alive

We all live under the same sky
We all will live, we all will die
There is no wrong,
There is no right
The circle only has one side

We all try hard to live
Our lives in harmony
For fear of falling swiftly overboard
But life is both a major and minor key
Just open up the chord

...


1ª Leitura / 1st Reading: Isaías 65:17-25 / Isaiah 65:17-25

Leitor: May God Bless the Hearing of these words. / Que Deus abençoe os que ouvem essas palavras.
Todos/All: Amen. / Amém.

Salmo / Psalm: Isaías 12 / Isaiah 12


Canção do Evangelho – Gospel Song: “Ancient Words” - Choir

Holy words, long preserved
for our walk in this world
they resound with God's own heart
oh let the ancient words impart

Ancient words ever new
Changing me and changing you
We have come with open hearts
Oh, let the ancient words impart

Leitura do Evangelho / Gospel Reading: Rev. Gibson da Costa

Lucas 21:5-19 / Luke 21:5-19

Sermão / Sermon: Rev. Gibson da Costa

AFIRMAÇÃO DE FÉ:

MINISTRO: Não estamos sozinhos. Vivemos no mundo de Deus.

TODOS: Cremos em Deus: que criou e está criando, que enviou-nos Jesus, como anunciador de Sua Palavra, para reconciliar e tornar novo, que opera em nós e em outros pelo espírito. Confiamos em Deus. Somos chamados a ser a igreja: para celebrar a presença de Deus, para viver com respeito na Criação, para amar e servir aos outros, para buscar a justiça e resistir ao mal, para proclamar a mensagem de Jesus, nosso modelo de amor incondicional.

MINISTRO: Na vida, na morte, na vida além da morte, Deus está conosco.

TODOS: Não estamos sozinhos. Graças a Deus.

ORAÇÕES DO POVO


CELEBRAÇÃO DA SANTA COMUNHÃO
(com a participação especial das crianças e jovens da Congregação)

Nota aos Visitantes: Nossa congregação celebra uma comunhão aberta. Entendemos a partilha do pão e do cálice em nome de Jesus como uma representação de uma antiga visão do banquete de Deus para todas as pessoas. Não exigimos que você seja um membro desta congregação, ou de qualquer outra, para participar conosco nesta celebração. Simplesmente venha adiante, seguindo a fila. Depois de mergulhar um wafer na taça, o ministro a colocará em sua língua e oferecerá uma breve benção. Se você preferir se servir, ponha suas mãos diante de si, no formato de concha, quando vier receber a comunhão. Se você não desejar receber a comunhão, pode permanecer em seu assento durante a distribuição da mesma.

A Organização da Mesa de Comunhão

Ministro: Por que temos uma mesa aqui?

Todos: Temos uma mesa porque somos criados e chamados por Deus para sermos um povo que se reúne em comunidade, para sermos alimentados em relacionamentos.

Ministro: Por que temos uma toalha sobre a mesa?

Todos: Temos uma toalha sobre a mesa porque Deus está entrelaçado às nossas vidas e somos cobertos com o amor de Deus.

Ministro: Por que temos velas sobre a mesa?

Todos: Temos velas sobre a mesa porque Deus é nossa luz e salvação, pois para Deus até mesmo a escuridão é como a luz. Como humanos somos chamados a ser a luz para o mundo.

Ministro: Por que temos flores sobre a mesa?

Todos: Temos flores sobre a mesa para nos lembrarmos do mistério e beleza da graça de Deus.

Ministro: Por que temos pão e vinho sobre a mesa?

Todos: Temos pão e vinho sobre a mesa como símbolos dos dons da criação de Deus.

(Os jovens e crianças participam neste ritual, trazendo a toalha e cobrindo a mesa, colocando os símbolos usados na cerimônia sobre a mesa, e acendendo o Cálice Flamejante.)

Orações

Ministro: Que todos aqueles que respiram conheçam sua liberdade vindo a esta mesa. O dever não pode trazê-lo aqui, nem o medo causado pela conformidade pode mantê-lo distante, pois esta mesa está em todos os lugares.

Todos: Nesta mesa, todo o ódio é desmembrado, o amor é relembrado, pois a lembrança não é um peso aqui.

Ministro: Venham todos, não confundindo a humildade com a auto-humilhação, nem a adoração com uma arte cerimonial. Venham com sua crença ou descrença, pois a fé é mais profunda que a crença, a comunhão mais elevada que a descrença.

Todos: Estamos aqui nesta tua mesa, Espírito, e tu estás aqui em nossa mesa, moldado por nossas palavras e atos.

(O pão e o vinho são elevados e, então, há silêncio.)

Lembremo-nos

Ministro: Todos os povos, em todos os tempos, têm considerado com admiração o mistério da vida e do crescimento. Todos os povos têm encontrado símbolos para expressarem reverência pelas forças de vida e maneiras de celebrarem sua dependência desta terra que nos alimenta. Pão e vinho são esse tipo de símbolos. E a Comunhão é uma maneira de celebrar tanto os dons que nos foram dados quanto a comunidade de relacionamentos na qual os usamos. Jesus e seus seguidores partilharam pão e vinho em sua última refeição juntos, e para eles aqueles elementos tinham um significado a mais, por serem partilhados durante o Pêssach (Páscoa) - um tempo de ritual no qual a libertação do povo hebreu da escravidão era comemorada.

Jesus usou o pão e o vinho como símbolos da libertação que o amor que ele pregava significaria para aqueles que entendiam sua mensagem. Ele segurou o pão e derramou o vinho, e disse:

"Façam isso em minha memória."

Partilhemos o pão juntos e partilhemos a taça de vinho em memória de Jesus, como ele pediu.

Lembremo-nos também de todos aqueles homens e mulheres que trabalham duro em todos os muitos tipos de campos e vinhedos, cujos fardos são pesados, e lembremo-nos que esses símbolos precisam ser para nós símbolos de libertação.

Lembremo-nos da própria terra, da qual, como nós mesmos, vêm o pão e o vinho, e para onde retornarão todas as coisas terrenas.

Lembremo-nos que este é um ato ritual de partilha, e que ao nos juntarmos para adorar nos unimos com nossas irmãs e irmãos de todas as etnias e religiões; pois todos nós buscamos sentido em meio ao mistério, todos nós encontramos aquilo que é digno de nossa admiração mais profunda. Damos a isso muitos nomes, mas o senso de que somos parte de um todo muito maior e mais vasto é o sentimento que partilhamos.

E finalmente, estejamos em silêncio juntos, enquanto cada um de nós se lembra de um momento sagrado pessoal e privado: Amém.

Orações

Somos gratos pela vida, ó Vida da vida. Louvada sejas, ó Bondade, por todo o bem. Louvada sejas, ó Verdade, por toda a verdade. E louvada sejas, ó Beleza, pelas maravilhas e sinais.

No amor demonstrado e na forte coragem, desde os dias dos antigos até agora: em atos de liberdade contra fatos de tirania, vemos teu poder. Em palavras autênticas ditas em tempos de mentiras, dos dias dos profetas até agora: na claridade não ferida pelo paradoxo, vemos teu poder. No equilíbrio e justiça e símbolo, dos dias dos salmistas até agora; nas proporções que pregam contra a distorção e a medonha ganância, vemos teu poder.

E vemos teu poder em nosso irmão Jesus, que viveu sua vida de acordo com tua vontade, linda e verdadeiramente; o bem fez ele, ao proclamar a Era Futura como sendo o Presente, ao nos ensinar contra o ressentimento, a violência, a fúria e a submissão, ao por um fim às categorias; do ventre de sua mãe ao túmulo de criminoso, ele viveu a vida que matou a morte, tornando nosso desespero uma esperança, tornando nossas diferenças uma comunidade.

Na véspera de sua morte ele nos chamou à vida, e como uma ama de leite não mais nos carregou, e nos tornou livres. Abençoando-te e esse pão festivo, ele disse: "Eis aqui meu corpo; partilhem dele."

Abençoando-te e erguendo esta taça, ele disse: "Eis aqui o pacto renovado que agora inauguro com meu sofrimento. Minha vida o sela: Vocês são todos irmãos e irmãs. Vocês são meus amigos. Amem-se uns aos outros. A nova era está entre vocês. Ao viverem sua vida agora, vocês me lembram ao Eterno e me tornam presente novamente.

Portanto, Espírito de Vida, vem agora, e mova-se em nós. Que este pão comum simbolize para nós o Corpo do qual toda a humanidade é parte, nosso "pão para o amanhã" que partilhamos hoje. Que esta taça comum simbolize para nós o sacrifício exigido de nós antes que o "Reino de Deus" possa começar. Que o pão e a taça sejam para nós aquela comunhão humana que é a nossa plena e única salvação. Vivendo gratamente e discernindo a unidade do Corpo, e celebrando nossa irmandade universal mesmo quando doa fazer isso, proclamamos a Páscoa de maneira mais bela que os lírios, mais verdadeiramente que qualquer doutrina. Portanto, santos são esses dons,

SANTO, SANTO, SANTO!!!

E estes são agora presentes para os doadores, presentes do espírito para pessoas de espírito; portadores de nosso próprio ser, presentes do espírito para pessoas de espírito; belos, verdadeiros e bons, presentes do espírito para pessoas de espírito. Amém.

***A COMUNHÃO É DISTRIBUÍDA


INSPIRAÇÃO MUSICAL: “Os Sinos da Paz”


BENÇÃO FINAL:

Ministro: Que saiamos deste lugar, encarando e servindo o mundo com confiança, generosidade e liberdade. Que possamos viver a essência da religião, que é unir tudo o que está dividido, viver no momento, amar poderosamente e reverenciar o mistério, beleza e espiritualidade de todas as coisas e de todas as pessoas. Amém.


domingo, 14 de novembro de 2010

Leituras de Hoje - Lecionário Comum Revisado


Próprio 28 (33) 14 de novembro de 2010

  • Primeira Leitura e Salmo: Isaías 65:17-25; Isaías 12
  • Segunda Leitura: 2 Tessalonicenses 3:6-13
  • Evangelho: Lucas 21:5-19

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sair do Armário - uma resposta à provocação de um amigo desconhecido


Caro Amigo,

Sou gay. Isso é algo sabido por todos, mas que preciso reafirmar aqui. E a razão para isso é simplesmente por questão de integridade pessoal. Quero que fique muito claro a partir de que lugar falo.

Eu sou muito mais do que apenas minha orientação emociono-sexual. Sou um ser humano pleno, e minha emociono-sexualidade é apenas um aspecto de minha humanidade. Como um ser humano, é importante ter esse meu lado apreciado por outras pessoas de minha comunidade, da mesma maneira que ter todos os outros meus lados apreciados é importante. Quando digo “apreciado”, quero, em verdade, dizer “respeitado, reconhecido, afirmado, personalizado”. Não necessito que outras pessoas “aceitem” minha orientação emociono-sexual como algo belo e magnífico, quero apenas que aceitem o fato de essa orientação ser uma parte de minha identidade, da mesma forma que sua orientação emociono-sexual é parte de sua própria identidade.

Vejo o “sair do armário”, assim, como um rito de passagem para o ser um humano mais pleno, e sou feliz por ser parte de uma tradição religiosa que honra o “sair do armário” como um ritual sacramental. No Unitarismo, todos nós “saímos do armário” - heterossexuais, homossexuais, bissexuais ou transsexuais. Todos somos livres para, se quisermos, declarar à nossa comunidade o que descobrimos ser nossa orientação ou identidade sexual, já que a vemos como um dom divino.

“Sair do armário”, para alguns no “mundo lá fora”, parece ser sair à rua com uma bandeira colorida na mão, ao som de música eletrônica, circundado de personagens caricatos. Ou, talvez, seja essencialmente uma questão política. “Sair do armário” para um unitarista é ter a oportunidade de estar diante de sua comunidade e poder dizer “é este ou esta que eu sou e peço a vocês que me abençoem e fiquem do meu lado”. Em uma comunidade unitarista, um jovem gay, por exemplo, pode conhecer um outro jovem e pode contar com o cuidado, apreciação e apoio que qualquer outro jovem teria. Ele não precisa se esconder, como se estivesse fazendo algo errado e inaceitável, algo horrendo e maldito. Não. E é exatamente por isso que ele, assim como um jovem heterossexual também, tem a oportunidade de “sair do armário”, se quiser.

"Sair do armário" em minha visão política, religiosa, ideológica, não é forçar a minha verdade a outras pessoas. É simplesmente poder ser quem eu sou, e não ser discriminado legalmente nem agredido por isso. Não é ter direitos especiais, mas simplesmente ter os mesmos direitos, e estar sob as mesmas obrigações, que todas as outras pessoas têm e estão.


É bom que eu diga aqui que me oponho à criminalização de ideias homofóbicas. Apoio, sim, a criminalização da violência contra toda e qualquer pessoa - incluindo gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e heterossexuais -, mas, para isso, não precisamos duma nova lei, já que a Constituição Federal afirma que todos são iguais perante a Lei. Acredito na liberdade de expressão e opinião. Acredito que as comunidades religiosas possam, sim, discriminar entre aqueles que delas queiram ser parte. Elas podem decidir que determinados comportamentos ou perfis não sejam condizentes com suas ideias. Logo, discordo de sua perspectiva a respeito do que deveria ser feito legalmente para punir a discriminação.

Creio que devamos sair, todos nós, de “nossos armários”. Nossos “armários” de medo. Nossos “armários” de dor. Nossos “armários” de receio. Nossos “armários” de solidão. Saiamos de nossos “casulos” de separação e nos afirmemos como membros de uma única família: a família humana – aquela família unida pelas mais diversas cores, línguas, nacionalidades, culturas, crenças, orientações emocionais e sexuais, idades, rendas financeiras, etc. Essas diferenças não deveriam nos separar, mas sim nos fortalecer. Elas são um dom divino.

Bençãos, e tudo de bom!

Rev. Gibson da Costa

sábado, 6 de novembro de 2010

Leitura do Evangelho de Hoje: Lucas 20:1-8

E ACONTECEU num daqueles dias que, estando ele ensinando o povo no templo, e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos, e falaram-lhe, dizendo: Dize-nos, com que autoridade fazes estas coisas? Ou, quem é que te deu esta autoridade? E, respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: Dizei-me pois: O batismo de João era do céu ou dos homens? E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que o não crestes? E se dissermos: Dos homens; todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que João era profeta. E responderam que não sabiam de onde era. E Jesus lhes disse: Tampouco vos direi com que autoridade faço isto.

Today's Gospel Reading: Luke 20:1-8 (NRSV) Jesus' teaching authority

One day, as he was teaching the people in the temple and telling the good news, the chief priests and the scribes came with the elders and said to him, "Tell us, by what authority are you doing these things? Who is it who gave you this authority?" He answered them, "I will also ask you a question, and you tell me: Did the baptism of John come from heaven, or was it of human origin?" They discussed it with one another, saying, "If we say, 'From heaven,' he will say, 'Why did you not believe him?' But if we say, 'Of human origin,' all the people will stone us; for they are convinced that John was a prophet." So they answered that they did not know where it came from. Then Jesus said to them, "Neither will I tell you by what authority I am doing these things." 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

An Agnostic Christian?

[Originally here, in Portuguese: http://cristianismoprogressista.blogspot.com/2010/09/um-cristao-agnostico.html ]

Yesterday I saw an episode of one of my favorite TV programs, which perhaps many of you do not know: Cara & Coroa [=Younger Guy & Older Guy], on TV Brasil. If you do not know the show, my advice is for you to try to watch it one of these days. It is a very intelligent and inspiring show that deconstructs the artificial barrier between generations, presented by João Rocha Lima (the “Cara” [the younger guy]) and Milton Coelho da Graça (o “Coroa” [the older guy]).




Yesterday's episode (aired at 8 p.m.) discussed religion, and during a conversation between one of the presenters (Milton Graça) and one participant (Professor Gilbraz Aragão, from the Catholic University of Pernambuco), I heard this gem:



Milton Graça: Can you be religious without believing in God?

Prof. Gilbraz Aragão - after thinking for a while: I find it impossible to be deeply religious without at some point discrediting what has been called God.


With few words, a lot of maturity, and great sensibility, Professor Aragão was able to summarize all that many liberal Christians, all that many Unitarians, have been saying for a long time. It is impossible, in my personal experience, to develop an authentic, balanced, deep faith without going through moments of crisis and darkness, moments of disbelief and, perhaps, of deconstruction.


Many people may be confused when they hear me talk about my "disbelief." Often, to be provocative - which is a very prominent feature in my personality - I say I do not believe in God, and some who hear me think this is an open avowal of atheism. That happened recently after a sermon in my own religious community. However, every time I do this as a provocation, at the same time I reaffirm my faith in God's reality.


Since I believe words have great weight in the sense we produce out of theological claims, I like to emphasize my faith in the “Reality of God” and not in the “existence of God”. In my personal theology, these two expressions have a completely different meaning.


What would it mean to say that "God exists"? Existence is a quality we attribute to persons or things, obviously we can assign it to ideas and feelings as well - for example, we could say in Portuguese "there exists [“there is”, in English] a feeling of brotherhood among us”, and we would be talking about something subjective, but since we traditionally use this verb [to exist] to speak of God as a "person" separate from us, with an "objective existence" - at least, that is the impression I get when I hear "God exists" - I prefer to use an expression which does not carry in itself the weight of the usual concepts and notions and which does not find itself closely linked to ideas of absolute correction. That's why I do not say "God exists" but "God is Real" or "God is a Reality."


I am an unbeliever in the conceptions of God built by Christian orthodoxy. I do not believe in the notions of God taught by the great theologians of the Christian church, and, even being a Unitarian Christian, I do not believe in the concepts of God taught by some old Unitarians. In that personal God, the Almighty, who controls the history of the world, and who is able to save us from suffering, I do not believe. My life experiences, what I know about the universe of which I am a particle, and everything that happens in the world around me are strong evidence that that God “does not exist”. Or, if you want me to be more objective and less metaphorical, those "orthodox" ideas about God do not touch me, do not move me, and do not do that because they have become a mute language, a language used only to convince.


Despite this, however, I am a believer in the reality of God, who is present in many different ways and in many different moments in my life. I do not try to explain God to anyone, since I do not have that explanation. God must be experienced and understood in our experience, and not treated as if God were an object of scientific observation. God is Real. God is a Presence in my life, a Presence to which I cannot find words to describe and a Presence I refuse to define, but, even so, a Real Presence.

Rev. Gibson da Costa
(September 8, 2010)
Originally here, in Portuguese: http://cristianismoprogressista.blogspot.com/2010/09/um-cristao-agnostico.html

You are the Miracle!


"In the beginning God created the heaven and the earth." (Genesis 1:1)



With these words, the ancients chose to begin a story, a story of creation. There was nothing initially, only God. There was no space, no time. God then created the cosmos. The entire universe was the size of a grain of sand. Small and extremely hot. And now, look all around us! We are not a miracle - we are the miracle!

Since I was a kid, when I look at the night sky I try to imagine what aliens would think of us and of our world. I look at the stars in the sky and get uneasy when I imagine I'm not seeing the stars, but the light sent from them some thousand years ago. You are there in the present, looking into the past, worried about the future. At least that's what happens to me.

Until a few years ago, I used to feel almost overwhelmed when thinking of the universe. When I thought of time and space, I mean. After all, we are the product of about 13.7 billion years of history. Have you ever imagined that amount of time? Nearly fourteen billion years! I’m only thirty-two, and sometimes I already feel very close to what they call old age, now imagine the Universe. The distance that separates our solar system from the center of our galaxy, the Milky Way, is 26 thousand light years. And the distance that separates our solar system from our closest neighboring galaxy (Canis Major) is 25 thousand light years. Are you able to picture that distance? We would have to travel with the same speed of light in vacuum, ie, 299,792,458 meters per second, for twenty-five thousand years to reach Canis Major, or twenty-six thousand years to reach the center of the Milky Way. It is an inconceivable amount of distance and time for my imagination!

What about the Universe? Just think that until the 1920s humans thought that the Milky Way was the entire universe. Within the Milky Way we have between 200 and 400 billion stars. And today it is estimated that the Universe is composed of between 30 and 50 billion trillion stars, arranged in 80 to 140 billion galaxies. The most distant object we can see today is a quasar (a rotating black hole fed by matter) which is about 13 billion light years away - or rather, was there 13 billion years ago. Just thinking about it is fascinating and perplexing!

Compared to all this time and all that space, we seem irrelevant. Seem. But actually, I think we have an undoubted importance. After all, we do not know of any other beings who can think about these things as we do. At least, not until now.

The ancients, who had not the knowledge of the universe we have today, found poetic forms to explain their place in time and space. They found a room for the Mystery, and gave it a name: God. Today, many people think that there is no room for that Mystery. I disagree.

I can not explain what life is. I can not explain what love is. I can not explain the joy I feel when I learn more, when I write a song, or hug a friend I have not seen for a long time. I can not explain the pain I feel when I lose someone close, when I see pictures of victims of wars, or when I see a friend suffer. I can not explain the anger I feel when I hear speeches that incite violence and intolerance, when I see people being treated as if they were of no importance. These things are a mystery to me, I mean feeling what I feel, and explanations generally given about it is not enough to relieve my thirst for an answer. These things have a relationship with that inexplicable Mystery, with that Presence I call God.

We all have an incalculable value. Absolutely everyone. No matter the mistakes we have made. No matter if we don’t fit what others expect of us. No matter if we don’t have what others have. No matter if we do not look as the famous on TV. What really matters is that we are human and as humans we share a past, present, and a common destiny. We walk together, spinning on the same planet, in the same galaxy, in the same cosmos.

You and I have a guaranteed place in the history of our Universe. Our joys, our pains, our loves, our confusions, our doubts, our encounters, our disagreements, our music, our words, the melody that accompanies us during our very short physical existence, and the melody which will accompany the memory others will have of us when our existence comes to an end; all of that defines our importance in the Universe - in time and space. So do not feel less, nor small. You are not small. You are not less than anything. You are the miracle - the miracle which began more than 13 billion years ago, the miracle that will continue for longer. No matter who you are or where you are on your journey of life. No matter what you did, or how you are now. You are the miracle. You are the miracle.




Rev. Gibson da Costa - speech to the youth of the Unitarian Congregation of Pernambuco - Saturday, October 30, 2010.