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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Um Manifesto de Esclarecimento


Tenho sido um ministro religioso há uma década. Como ministro ordenado de quatro diferentes denominações religiosas, meu orgulho tem sido o de poder afirmar que não faço de meu ministério sacerdotal uma carreira profissional. Sou um ministro não-estipendiário de minha paróquia – o que significa que não recebo pagamento pelos serviços sacerdotais que presto, e que, como todos os meus paroquianos, tenho de trabalhar para me sustentar. Apesar de minha excelente formação acadêmico-teológica, tenho de trabalhar fora da igreja para me sustentar – não aceitando um único centavo de minha comunidade de fé ou de nenhuma outra por nenhuma função ministerial, o que inclui, mas não se limita a: casamentos, rituais funerários, batismos, confirmações, ritos eucarísticos etc. Não exerço, nem tenho o interesse em exercer nenhuma função administrativa que me obrigue a lidar com fundos financeiros em nenhuma das três comunidades as quais presto meus serviços ministeriais/sacerdotais – nessas comunidades as funções administrativas são exercidas por um grupo distinto daqueles que exercem funções sacerdotais, logo, nunca tive de lidar com finanças em meu ministério (e, como afirmei antes, isso tem sido um motivo de orgulho para mim).

Imaginem minha surpresa, então, quando descobri hoje que CDs e apostilas de palestras minhas – palestras proferidas num contexto de meu ministério religioso – estavam sendo vendidos “por uma pequena oferta” de R$20,00!!! Nunca, em toda a história de minha vida sacerdotal/ministerial cobrei por palestras, cursos ou ofícios religiosos, e nunca vendi materiais relacionados a essas mesmas palestras, cursos ou ofícios religiosos. Os livros de temática religiosa que vendi e/ou vendo, no Brasil, foram/são feitos por meio de publicação on demand a preço de custo – e nunca lucrei com eles um único centavo, nem mesmo para cobrir as muitas horas dedicadas à sua composição! (E a razão para isso é a mesma que pauta minha missão sacerdotal/ministerial: sou ministro duma comunidade de fé, a qual ofereço-me voluntariamente!).

Minha infeliz descoberta deixou-me furioso e, acreditem, as devidas ações legais serão tomadas contra aqueles que se aproveitaram de minha boa-vontade! Novamente, eu, enquanto ministro religioso, não vendo nada, não cobro nada, não peço nem aceito contribuição de absolutamente ninguém. O que preciso e quero me chega por meio de meu esforço profissional – e não por meio da exploração da fé alheia. Igualmente, ninguém – absolutamente ninguém – está autorizado a cobrar nada em meu nome!

Atenciosamente,

Rev. Gibson da Costa
Ministro da Congregação Unitarista de Pernambuco/Igreja Cristã Livre de Recife/Church of the Disciples

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