A Organização da Mesa de Comunhão
Ministro: Por que temos uma mesa aqui?
Povo: Temos uma mesa porque somos criados e chamados por Deus para sermos um povo que se reúne em comunidade, para sermos alimentados em relacionamentos.
Ministro: Por que temos uma toalha sobre a mesa?
Povo: Temos uma toalha sobre a mesa porque Deus está entrelaçado às nossas vidas e somos cobertos com o amor de Deus.
Ministro: Por que temos velas sobre a mesa?
Povo: Temos velas sobre a mesa porque Deus é nossa luz e salvação, pois para Deus até mesmo a escuridão é como a luz. Como humanos somos chamados a ser a luz para o mundo.
Ministro: Por que temos flores sobre a mesa?
Povo: Temos flores sobre a mesa para nos lembrarmos do mistério e beleza da graça de Deus.
Ministro: Por que temos pão e vinho sobre a mesa?
Povo: Temos pão e vinho sobre a mesa como símbolos dos dons da criação de Deus.
(Os jovens e crianças participam neste ritual, trazendo a toalha e cobrindo a mesa, colocando os símbolos usados na cerimônia sobre a mesa, e acendendo as velas e/ou Cálice Flamejante. O ritual tem o formato de sêder para afirmar as raízes judaicas do Cristianismo.)
Orações
Ministro: Que todos aqueles que respiram conheçam sua liberdade vindo a esta mesa. O dever não pode trazê-lo aqui, nem o medo da conformidade pode mantê-lo distante, pois esta mesa está em todos os lugares.
Povo: Nesta mesa, todo o ódio é desmembrado, o amor é relembrado, pois a lembrança não é um peso aqui.
Ministro: Venham todos, não confundindo a humildade com a auto-humilhação, nem a adoração com uma arte cerimonial. Venham com sua crença ou descrença, pois a fé é mais profunda que a crença, a comunhão mais elevada que a descrença.
Povo: Estamos aqui nesta tua mesa, Espírito, e tu estás aqui em nossa mesa, moldado por nossas palavras e atos.
(O pão e o vinho são elevados e, então, há silêncio.)
Lembremo-nos
Ministro: Todos os povos, em todos os tempos, têm considerado com admiração o mistério da vida e do crescimento. Todos os povos têm encontrado símbolos para expressarem reverência pelas forças de vida e maneiras de celebrarem sua dependência desta terra que nos alimenta. Pão e vinho são esse tipo de símbolos. E a Comunhão é uma maneira de celebrar tanto os dons que nos foram dados quanto a comunidade de relacionamentos na qual os usamos. Jesus e seus seguidores partilharam pão e vinho em sua última refeição juntos, e para eles aqueles elementos tinham um significado a mais, por serem partilhados durante o Pêssach (Páscoa) - um tempo de ritual no qual a libertação do povo hebreu da escravidão era comemorada.
Jesus usou o pão e o vinho como símbolos da libertação que o amor que ele pregava significaria para aqueles que entendiam sua mensagem. Ele segurou o pão e derramou o vinho, e disse:
"Façam isso em minha memória."
Partilhemos o pão juntos e partilhemos a taça de vinho em memória de Jesus, como ele pediu.
Lembremo-nos também de todos aqueles homens e mulheres que trabalham duro em todos os muitos tipos de campos e vinhedos, cujos fardos são pesados, e lembremo-nos que esses símbolos precisam ser para nós símbolos de libertação.
Lembremo-nos da própria terra, da qual, como nós mesmos, vêm o pão e o vinho, e para onde retornarão todas as coisas terrenas.
Lembremo-nos que este é um ato ritual de partilha, e que ao nos juntarmos para adorar nos unimos com nossas irmãs e irmãos de todas as etnias e religiões; pois todos nós buscamos sentido em meio ao mistério, todos nós encontramos aquilo que é digno de nossa admiração mais profunda. Damos a isso muitos nomes, mas o senso de que somos parte de um todo muito maior e mais vasto é o sentimento que partilhamos.
E finalmente, estejamos em silêncio juntos, enquanto cada um de nós se lembra de um momento sagrado pessoal e privado: Amém.
Orações
Somos gratos pela vida, ó Vida da vida. Louvada sejas, ó Bondade, por todo o bem. Louvada sejas, ó Verdade, por toda a verdade. E louvada sejas, ó Beleza, pelas maravilhas e sinais.
No amor demonstrado e na forte coragem, desde os dias dos antigos até agora: em atos de liberdade contra fatos de tirania, vemos teu poder. Em palavras autênticas ditas em tempos de mentiras, dos dias dos profetas até agora: na claridade não ferida pelo paradoxo, vemos teu poder. No equilíbrio e justiça e símbolo, dos dias dos salmistas até agora; nas proporções que pregam contra a distorção e a medonha ganância, vemos teu poder.
E vemos teu poder em nosso irmão Jesus, que viveu sua vida de acordo com tua vontade, linda e verdadeiramente; o bem fez ele, ao proclamar a Era Futura como sendo o Presente, ao nos ensinar contra o ressentimento, a violência, a fúria e a submissão, ao por um fim às categorias; do ventre de sua mãe ao túmulo de criminoso, ele viveu a vida que matou a morte, tornando nosso desespero uma esperança, tornando nossas diferenças uma comunidade.
Na véspera de sua morte ele nos chamou à vida, e como uma ama de leite não mais nos carregou, e nos tornou livres. Abençoado-te e esse pão festivo, ele disse: "Eis aqui meu corpo; partilhem dele."
Abençoando-te e erguendo esta taça, ele disse: "Eis aqui o pacto renovado que agora inauguro com meu sofrimento. Minha vida o sela: Vocês são todos irmãos e irmãs. Vocês são meus amigos. Amem-se uns aos outros. A nova era está entre vocês. Ao viverem sua vida agora, vocês me lembram ao Eterno e me tornam presente novamente.
Portanto, Espírito de Vida, vem agora, e mova-se em nós. Que este pão comum simbolize para nós o Corpo do qual toda a humanidade é parte, nosso "pão para o amanhã" que partilhamos hoje. Que esta taça comum simbolize para nós o sacrifício exigido de nós antes que o "Reino de Deus" possa começar. Que o pão e a taça sejam para nós aquela comunhão humana que é a nossa plena e única salvação. Vivendo gratamente e discernindo a unidade do Corpo, e celebrando nossa irmandade universal mesmo quando doa fazer isso, proclamamos a Páscoa de maneira mais bela que os lírios, mais verdadeiramente que qualquer doutrina. Portanto, santos são esses dons,
SANTO, SANTO, SANTO!!!
E estes são agora presentes para os doadores, presentes do espírito para pessoas de espírito; portadores de nosso próprio ser, presentes do espírito para pessoas de espírito; belos, verdadeiros e bons, presentes do espírito para pessoas de espírito. Amém.