Enviaram-me, esta noite,
mais um daqueles e-mails irritantes que enchem minha caixa de spam.
Não o li por querer; acidentalmente, ao selecioná-lo para ser
deletado, abri-o. Tratava-se duma convocação para assinar um apoio
a uma suposta ação do Ministério Público Federal (divulgado pela
imprensa hoje) que pede a retirada da frase “Deus seja louvado”
das cédulas de Real. O e-mail afirmava que essa era uma ação
necessária para garantir a laicidade do Estado brasileiro.
Ora, vamos! O Estado
brasileiro é laico – e eu, como membro duma minoria religiosa
não-católica, sei disso –, mas não é um Estado ateu! A própria
Constituição Federal reconhece isso, quando, em seu Preâmbulo, os
membros da Assembleia Nacional Constituinte invocam a proteção de
Deus para promulgá-la!
A referência a Deus nas
cédulas de Real são a mais inclusiva afirmação dum importante
aspecto da história cultural dessa nação, o fundamento metafísico
de nossa cultura nacional, que – para a cultura brasileira – é
anterior ao Estado, anterior e superior às leis humanas.
Os supostos ateus que
sempre me enviam mensagens sobre “lutar por um Estado laico”
estão, até onde entendo, equivocados em sua interpretação tanto
do Estado laico (que não é o mesmo que Estado ateu!), quanto da
suposta violação de direitos pelo “Deus seja louvado” nas
células de Real.
O “Deus seja louvado”
é mais a afirmação duma identidade cultural, que a afirmação
duma fé específica. Esses movimentos, que tentam imitar discussões
ocorridas nos últimos anos nos Estado Unidos e partes da Europa,
sobre temas semelhantes, deveriam encontrar coisas reais com as quais
se preocupar! Eu, com todo respeito, sinto-me mais ofendido por sua
estupidez!
+Gibson
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