Infelizmente, por razões pessoais, tenho tido pouco tempo para responder à maioria das mensagens das últimas semanas. Por essa razão, responderei aqui, de forma breve e conjunta, a algumas das “provocações” de meus correspondentes. Assim que tiver tempo, oferecerei uma resta mais ampla. Perdoem-me pela brevidade.
Deus
e Cristianismo
Como
um cristão, encontro minha “janela” ou meu “caminho” para
Deus na tradição cristã (na comunidade da Igreja, nas Escrituras,
na Liturgia, na narrativa cristã, etc). Mas o Cristianismo é a
resposta humana à Realidade que chamamos “Deus”, e não o
contrário. Eu sou cristão, mas isso não significa que Deus seja
cristão!
O
Inferno
Não
acredito na existência dum lugar objetivo para onde espíritos sejam
enviados como condenação por seus pecados. O “inferno”, em
minha visão, é uma metáfora para um estado espiritual/mental de
alguém. Não se trata dum espaço geográfico no Universo. A crença
na existência dum “inferno” físico contradiz minha compreensão
acerca do Divino e da natureza do Universo.
Igreja
e Homossexualidade
Tenho
uma filosofia muito simples para resolver essa questão de compatibilidade: qualquer
comunidade de fé é uma sociedade humana, com suas tradições e
regras. Se você quiser fazer parte dessa sociedade, terá de se
submeter às suas regras. Caso contrário, pode não ser membro de qualquer uma, pode buscar uma outra
sociedade ou, quem sabe?, fundar sua própria.
Se
uma determinada comunidade de fé ensina que isso ou aquilo é
pecaminoso e que a punição pela "desobediência" às regras seja sua exclusão,
você tem a escolha de se submeter às regras da mesma ou não –
mas não terá poder para escolher as consequências por suas
escolhas, no que tange à comunidade em si. Lembre-se que a filiação
religiosa é uma associação voluntária, ou seja, ser membro duma
comunidade de fé é voluntariamente se submeter às suas regras.
Você não pode esperar que uma comunidade mude em função de você
se isso contraria à compreensão que ela tem de si mesma. Mas você, por
outro lado, pode encontrar uma outra comunidade!... Fazer esse tipo
de escolha pode ser complicado e doloroso, mas é uma escolha justa para com os demais membros duma comunidade que não o aceite
e íntegra consigo mesmo!
Ainda
sobre Homossexualidade
Para
mim, as pessoas são “humanas” (e tudo o que isso implica no
contexto teológico e sociocultural) antes de serem qualquer outra
coisa. As identidades que ou abraçamos ou nos são impostas –
sejam as identidades nacionais, religiosas, políticas, ou
emotivo-sexuais – são apenas partes dum todo muito maior. Nós somos muito mais do que essas partes separadas – e mais do que sua soma. Assim,
tratar de si próprio ou de outra pessoa como se sua orientação
emotivo-sexual fosse sua “essência” é negar a si próprio ou a
outrem sua humanidade – que, na perspectiva teológica que abraço
equivaleria a negar nossa
origem na “dança divina” da Criação.
+Gibson
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