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domingo, 27 de setembro de 2015

Religião e Política: Mais uma vez, a incoerência do tal "Estatuto da Família"


Na direção contrária de líderes eclesiásticos protestantes de séculos e décadas passadas – que labutaram pela separação entre Igreja e Estado, pelo fim da escravidão, pelo tratamento digno dos mais pobres, pela igualdade jurídica das mulheres, pela igualdade plena de direitos de grupos sociais minoritários, pela proteção ao meio ambiente, pela construção da paz, etc etc etc –, muitos dos líderes eclesiásticos protestantes ou evangélicos (os dois adjetivos não são necessariamente sinônimos, já que o Evangelicalismo é apenas um movimento dentro do Protestantismo) atuantes no Poder Legislativo brasileiro preferem o caminho da segregação de direitos, por meio da imposição duma visão teológica incoerente. É um grande testemunho contrário àqueles exemplos de mulheres e homens do presente e dum passado nem tão longe assim. Uma vergonha!

Isso me faz pensar em meus irmãos protestantes ou evangélicos no Paquistão, que sofrem uma assombrosa perseguição, e cujos líderes pregam, em retorno, a compaixão, o perdão e o serviço àqueles que os perseguem. No Brasil, um país de relativa liberdade religiosa, os “vingadores de Cristo” (como os identificou um daqueles pregadores de TV) preferem retirar direitos de cidadãos em nome duma obsessão com a dita comunidade LGBT – sim, porque, como já escrevi antes, a raison d'être do “Estatuto da Família” é a guerra antigay, baseada numa moral sexual particular, levada adiante pelas bancadas religiosas no Legislativo brasileiro. Uma vergonha!

+Gibson

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