Nos reunimos como cristãos de muitas igrejas e comunidades em Bienenberg, próximo a Basiléia (Suiça), de 28 a 30 de Maio de 1999, para celebrar o quinquagésimo aniversário do Movimento da Igreja de Paz.
Nos reunimos num tempo de muitas crises e guerras severas em muitas partes do mundo. Estamos chocados pelo bombardeio da Iugoslávia pela OTAN e pela expulsão de muitos habitantes do Kosovo pela Iugoslávia.
Como discípulos de Jesus, estamos aprendendo o que significa viver como igrejas de paz. Descobrimos ser isto tanto desafiador quanto é enriquecedor, e convidamos outros cristãos a tomarem parte nesta vida e visão. Em nossa experiência, igrejas de paz têm cinco características:
1. Proclamação do evangelho de paz.
Anunciamos as boas novas de Deus de reconciliação e paz (2 Coríntios 5:19) através de Jesus Cristo, que é nossa paz (Efésios 2:14). Recebemos isto gratuitamente, como dom de Deus. Nós mesmos somos pessoas necessitadas, e oferecemos estas boas novas sem condições a todas as pessoas necessitadas, incluindo aquelas que se sentem marginalizadas e desamparadas (Marcos 2:17).
2. Amor a todos os seres humanos – mesmo os inimigos.
Aprendemos através de Jesus Cristo a amar nossos inimigos e a orar por eles (Mateus 5:44), mesmo quando somos chamados a resistir não-violentamente a suas ações injustas. Éramos inimigos de Deus (Romanos 5:8) e permanecemos cúmplices de um mundo pecaminoso, mas Cristo nos reconciliou com Deus e uns com os outros, e nos convidou a buscarmos reconciliação com todas as pessoas. Queremos construir pontes de entendimento e paz para aqueles que nós e nossas nações chamamos de inimigos.
3. Rejeição da Violência.
Portanto, estamos aprendendo primeiro a reconhecer e rejeitar nossa própria violência. Recusamos usar violência pessoalmente ou justificar o uso de violência como um instrumento de poder, seja no nível familiar, social, nacional ou internacional. Buscamos aprender e praticar as habilidades e disciplinas da transformação de conflito não-violento, e treinar outros nisso.
4. Compromisso com as vítimas de violência.
Estamos determinados a não fecharmos nossos olhos aos horríveis sacrifícios que a violência exige. Como Jesus em seu tempo ficou ao lado das vítimas da opressão e violência, nós também nos comprometemos a ficar do lado das vítimas de hoje. Buscamos ser parceiros confiáveis dos oprimidos mesmo em situações de grande perigo.
5. Comunidade e solidariedade.
Para realizar esta visão, precisamos uns dos outros, em nossas congregações e comunidades, e em solidariedade com outros cristãos em todo o mundo. Nossa cidadania está no “céu” (Filipenses 3:20), e somos o Corpo de Cristo (1 Coríntios 12:27). Portanto, todos os laços de nacionalidade, etnia e terra – mesmo sendo eles importantes – foram relativizados. Buscamos ser uma expressão social do novo mundo de Deus sociedades alternativas em cujo clima a justiça, a paz, a misericórdia e a verdade florescerão. Convidamos outros a compartilharem esta visão conosco e a descobrir sua realidade em suas próprias congregações e comunidades.
18 de Junho de 1999.
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