Nossa comunidade tem tido experiências com outras comunidades de fé aqui em nossa região. Nossos jovens têm tido a oportunidade de visitar outras comunidades como templos budistas, hinduístas, e kardecistas, tivemos encontros com jovens judeus, muçulmanos, e estivemos semana passada em uma cerimônia do candomblé.
Para os jovens membros de nossa comunidade, experiências como estas são parte de sua preparação para se tornarem membros adultos. Dificilmente outras comunidades cristãs daqui do Recife e de outros lugares onde nossos membros moram incluiriam visitas a comunidades de fé não-cristãs como parte de suas aulas de confirmação. Mas nós encontramos grandes e valiosas lições em nossas visitas a outras comunidades de fé.
Mas isso nos leva a uma pergunta – e não apenas retórica, já que algumas pessoas têm me feito este questionamento. É correto um cristão afirmar e participar em outras tradições? O cristianismo não é exclusivo entre as religiões do mundo, a religião verdadeira e superior? Não é nosso dever converter outros a nossa fé correta?
A compreensão dominante do cristianismo vê nossa fé enraizada na verdade absoluta que supera todas as outras formas de fé religiosa. O Papa João XXIII, um de meus heróis, o Papa liberal que convocou o Concílio Vaticano II, uma vez disse: “A igreja não rejeita nada que for verdadeiro e santo em outras religiões”, mas ele acrescentou: “mas proclamamos sem falhar, que apenas Cristo é o caminho e a vida”. Eu devo dizer que discordo dessa perspectiva.
Outra perspectiva é bem oposta àquela visão tradicional. Ela diz que todas as religiões são iguais, baseadas na mesma regra de ouro. Então, não faz diferença que religião você segue – já que todas são a mesma coisa. Eu não creio ser esta a verdade também.
Eu sou o que se pode chamar de “cristão universalista”. O universalismo cristão defende que a mesma luz cruza todas as nossas janelas, mas que cada janela é diferente. As janelas modificam a luz – refratando-na de incontáveis maneiras, moldando-na de formas diferentes, sugerindo muitos significados.
O amor de Deus, a frase que uso para essa luz na base de todo ser, vem por meio de várias religiões de maneiras diferentes. Nenhuma religião pode capturar ou transmitir toda a luz.
Mas, e o que a Bíblia tem a dizer sobre isso? Os antigos hebreus não acreditavam em apenas um Deus? Não eram monoteístas que rejeitavam os deuses dos povos vizinhos? Bem, na verdade não. Eles eram henoteístas que acreditavam que Yahweh era seu Deus e eles eram leais a Yahweh apenas, mas eles não negavam a existência de outros deuses. Pensem nos 10 mandamentos: “Não terás outros deuses diante de mim”, o que implica que há outros deuses.
Freqüentemente os hebreus afirmavam que Yahweh, seu Deus, amava os povos de todas as terras, mesmo aqueles que adoravam outros deuses. Amós disse: “Deus não trouxe Israel da terra do Egito, e os filisteus de Caftor, e os arameus de Quir?”, ou de acordo com Isaías, Deus disse: “Bendito seja o Egito meu povo, e a Assíria a obra de minhas mãos, e Israel minha herança”.
Pedro tinha sido parte do movimento de reforma judaica de Jesus. Depois da execução de Jesus, Pedro ajudou a guiar o esforço em Jerusalém para manter aquele movimento vivo. Ele e os outros que continuaram no legado de Jesus permaneceram no judaísmo, adorando no Templo, honrando as tradições judaicas.
Uma narrativa do livro de Atos diz que Cornélio, um oficial romana que adorava o panteão de deuses romanos, era uma boa pessoa que teve uma visão mística dirigindo-o a Pedro. Então ele enviou mensageiros para chamar Pedro. Enquanto eles estavam a caminho, Pedro teve sua própria visão. Ouçam as palavras bíblicas:
Sentiu fome e quis comer; mas enquanto preparavam a comida, Pedro entrou em êxtase. Viu o céu aberto e uma coisa que descia para a terra; parecia uma grande toalha sustentada pelas quatro pontas. Dentro dela havia todo tipo de quadrúpedes e também répteis da terra e aves do céu. E uma voz lhe disse: “Levante-se, Pedro, mate e coma!” Mas Pedro respondeu: “De modo nenhum, Senhor! Pois jamais comi coisa profana e impura!” A voz lhe disse pela segunda vez: “Não chame de impuro o que Deus purificou”. Isso repetiu-se por três vezes. Depois a coisa foi recolhida ao céu. Pedro ficou muito perplexo e interrogava a si mesmo o que podia significar a visão que acabava de ter. Nesse momento, os homens enviados por Cornélio perguntaram pela casa de Simão e se apresentaram à porta. Eles chamaram e perguntaram se estava hospedado aí certo Simão, chamado Pedro.
Então Pedro foi para a casa de Cornélio e: “Vocês sabem que é proibido para um judeu relacionar-se com um estrangeiro ou entrar na casa dele. Deus, porém, mostrou-me que não se deve dizer que algum homem é profano ou impuro... De fato, estou compreendendo que Deus não faz diferença entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, seja qual for a nação a que pertença”.
Poderíamos ler: qualquer budista, qualquer hindu, qualquer espírita, qualquer umbandista, qualquer muçulmano, qualquer cristão?
Continuo a ser fascinado pela imagem de Platão em “A República” de prisioneiros acorrentados em uma caverna de forma que só podiam olhar para uma parede. Naquela parede, eles freqüentemente viam figuras dançando e saltitando. Como isso era tudo o que conheciam, eles pensavam que as imagens fossem a realidade, não sabendo que elas eram sombras criadas por objetos de madeira e pedra segurados por trás de uma parede baixa entre os prisioneiros e o brilho de fogo no fundo da caverna. Eles pensaram que o reflexo fosse a realidade.
Tudo o que vemos através das janelas do cristianismo ou do islã ou do hinduísmo é a luz refletida ou refratada do amor de Deus. Nenhuma delas tem toda aquela luz. E as janelas, as próprias religiões, não são a luz; elas são apenas o meio pelo qual a luz brilha. Não há um Deus cristão, um Deus hindu, um Deus muçulmano – há apenas compreensões cristãs, hindus e muçulmanas de Deus.
Quando nos dermos conta e aceitarmos que nenhuma religião tem toda a verdade e que a luz do amor de Deus atravessa muitas janelas diferentes, devemos então escolher uma das janelas como a nossa própria janela.
Em seu livro “Pensamentos em Solidão”, Thomas Merton descreve a imagem de uma roda. Muitos raios ligavam o aro ao centro da roda. Merton disse que nossos diferentes e incompletos vislumbres de Deus devem “convergir no Amor da mesma forma que os raios de uma roda convergem no centro da roda”.
Cada uma das religiões do mundo é um dos caminhos, um dos raios que levam a Deus, o centro. Penso que cada um de nós deve escolher um caminho e trabalhar diligentemente naquela tradição escolhida para descer pelo raio rumo ao centro, que é a luz do próprio amor de Deus. Não caminhamos acima daqueles em outras religiões; não caminhamos colidindo com eles; em vez disso, caminhamos lado a lado em nossos vários caminhos: cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, espíritas, umbandistas, hindus, lada a lado.
Sempre digo que meu coração é judeu, o lado direito do meu cérebro é muçulmano, e o lado esquerdo do meu cérebro é cristão. Mas eu me comprometi em caminhar neste caminho, neste raio, do cristianismo. Sou cristão por muitas razões, sendo uma delas o meio social. Se eu tivesse crescido na Arábia Saudita talvez eu fosse um devoto muçulmano, ou se tivesse passado toda a vida em Tel Aviv, talvez fosse um rabino. Eu poderia estar caminhando num raio diferente da roda, mas (espero) ainda estaria caminhando rumo ao mesmo centro.
Para mim, entretanto, a escolha de minha tradição religiosa é mais do que apenas por questões sociais. Surgiu do que Jesus, o mestre galileu, significa para mim em termos de seu ensino e do modelo de sua vida. Jesus viveu em plena abertura a Deus, respondendo ao que ele entendia ser a vontade de Deus, sendo transparente aos propósitos divinos, vivendo, assim, o amor divino na história humana. Isso não era uma questão de ter a mesma substância de Deus, ou ter duas naturezas, uma humana e a outra divina. O amor está encarnado na vida humana sempre que alguém agir com amor abnegado – e isso ocorreu na vida de Jesus de maneira marcante.
É assim que eu vejo Jesus. Não me sinto confortável em chamá-lo de “o” Cristo, “o único” ungido que revela o amor de Deus, mas me sinto confortável em chamá-lo de “um” Cristo, uma daquelas pessoas especiais que ligam a humanidade ao Espírito do amor de Deus.
Então, onde o universalismo cristão nos leva em termos de diálogo inter-religioso? Bem, acho que ele nos diz que nos juntemos em eventos inter-religiosos e em visitas a outras comunidades não para “sermos tolerantes” a outras opiniões religiosas, o que é paternalismo, mas que nos juntemos para que possamos aprender uns com os outros, para que possamos ver a refração da luz de Deus de novas formas que enriquecerão nossas compreensões e nossas práticas de nossa tradição escolhida.
A maneira judaica de passar as tradições a novas gerações é algo do qual o cristianismo poderia aprender muito. A compreensão budistas das dimensões interiores da vida humana e o desenvolvimento budista da meditação e de práticas espirituais é algo dos quais os cristãos podem aprender muito e com o qual o cristianismo pode ser muito enriquecido. O comprometimento e a fidelidade muçulmanas demonstradas todas as sextas-feiras, quando se reúnem em suas orações coletivas é algo que tem tocado minha vida profundamente, e que pode nos ensinar muito. Todos eles podem nos ensinar muito a respeito das dimensões da religião.
Para terminar, me volto a uma visão bíblica. Ezequiel, um profeta hebreu no século VII antes de nossa era, teve a visão de um rio saindo de Jerusalém. Primeiro era muito raso, depois se tornou um grande rio. Suas águas eram as águas de vida. Isso é o que as várias religiões são – as águas de vida, vindas de muitas afluentes diferentes, cada uma com uma sabedoria e beleza próprias, que correm para um único grande rio.
Rev. Gibson da Costa
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ResponderExcluirExcelente gostei muito penso exatamente igual.Meu nome é Fernando moro no inteiro de São Paulo, me interessei muito pela Doutrina Liberal.
ResponderExcluirfer.
Oi Fernando! Obrigado por ter lido esta página. Minha intenção aqui é justamente poder mostrar uma outra interpretação da experiência cristã que não é muito comum hoje em dia no Brasil. Se estivesse em Recife, lhe convidaria a estudar mais a respeito de nossa fé liberal. Se quiser saber um pouco mais, continue lendo aqui, ou me escreva para trocarmos idéias por email. Um abraço.
ResponderExcluir+Gibson -- gibsondacosta@yahoo.ca
Caro amigo
ResponderExcluirGostei da sua exposição. É claro que Deus (seja qual for a imagem mental que temos d`Ele) não faz acapção de pessoas. No entanto como na República de Platão vemos qua as imagem são um reflexo da realidade e não a própria Realidade em si, isto quererá dizer que (agora conhecemos em parte, por enigma) pois estamos concentrados na Religião (maometanismo, cristianismo, hinduísmo, etc... Deus será ralidade última. Mas note que quando Pedro teve a sua visão indicando que todos os seres humanos poderão ter acesso a Deus, ele (Pedro) foi com os mensageiros de Cornélio não para aceitar as suas religiões mas para pregar o Evangelho. Ao aceitar esse mesmo Evangelho Cornélio foi cheio do Espírito Santo. Haverá alguma possibilidade de "ser cheio do Espírito Santo" noutra Religião ou Filosofia qualquer? Rogo-lhe que possa disertar sobre o assunto. Tenho a impressão que também sou um "universalista" mas confesso que nalguns pontos parece que os vários "ismos" se contradizem como na questão acima citada ou por exemplo na existência da dicotomia Bem e Mal, ou Céu e Inferno. Confuso? Eu também. Obrigado.
Meu querido.
ResponderExcluirConcordo com quase tudo o que disse nos termos em que propõe as suas idéias. Contudo deve lembrar-lhe alguns pontos:
1º - Na República de Platão as imagens distorciam a realidade, e eram manifestações da própria realidade, logo eram também realidade, embora manistada na parede da caverna que era o MEIO que a ralidade tinha de se manifestar. Embora distorcidas e limitadas manifestavam uma Realidade existente.
2º - Quando falamos em aceitar o diálogo com todas as outras formas de espiritualidade (vulgo religião; prespectivas de Deus; filosofias de vida; etc.) não podemos deixar de nos questionar sobre as suas diferenças por exemplo como comparar a reencarnação budista com a existência do céu e do inferno cristãos? Ou como conciliar os ensinos hinduístas com a frase de Jesus (apenas mais um Cristo no seu entender) "Eu sou o caminho... ninguém vem ao Pai senão por mim..." Afinal no seu entender Jesus é apenas um caminho ou o caminho. Concorda com Jesus ou não?
3º - Quando Pedro teve a visão a que se refere no seu texto isso não significava que Pedro aceitasse os deuses de Cornélio ou as suas práticas Religiosa, pois o texto logo a seguir indica que Pedro foi a casa de Cornélio e lhe pregou o Evangelho, única forma para ser salvo (independentemente do significado da expressão "ser salvo") e assim Cornélio e os seus receberam o Espírito Santo. Haverá outra forma de ser salvo? Se sim o sacrifício de Jesus não é a única possibiliade, logo seria desnecessário e inútil.
4º - Compreendo a sua dificuldade mas não me parece que seja intelectualmente correto comparar a vivência cristã com a religião cristã, ou comparar a caverna de Platão com a época em que todos vivemos, ou dizer que todos os "ismos" (cristianismo; budismo; confucionismo...etc) têm todos o mesmo valor Moral ou Ético.
5º - Concordo inteiramente consigo no que respeita ao seu "liberalismo cristão" de facto não devemos IMPOR mas apenas PROPOR a nossa fé, de qualquer modo posso rencaminhá-lo para o texto de I Coríntios 14 Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
15 Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
16 Porque, quem conheceu a mente do SENHOR, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
Sip of Glory
www.sipofglory.blogspot.com
Sip of Glory,
ResponderExcluirObrigado por ler e compartilhar seus comentários comigo. Vou tentar comentar suas duas mensagens aqui de maneira breve.
1º - O ponto naquela fábula de Platão é justamente criticar a confusão que se faz entre as imagens ou percepções que temos a respeito da realidade e a própria realidade. Logo, discordo do que você escreveu no § 1º, quando afirmou que as imagens fossem também "realidade" (se o que você quiz dizer com isso fosse a realidade com o sentido que uso para esta palavra no texto "Universalismo Cristão").
2º - Deixei bem claro no texto (que foi, na realidade, um sermão que dei na comunidade onde ministro) que ser um cristão universalista não significa crer que todos os caminhos religiosos sejam a mesma coisa e que não faça diferença qual você siga (está no quinto parágrafo). O que não acredito é que o Amor divino seja limitado por regras e credos humanos, já que Deus não é cristão ou judeu ou budista, etc. A fé cristã, assim como quaisquer outras, é apenas uma janela para Deus (que é a própria realidade, neste caso) - ela não é a própria realidade, é apenas a maneira que encontramos para dar voz à nossa experiência de Deus. Para mim, o cristianismo (ou melhor, a forma como entendo o cristianismo) é minha "janela", é minha "imagem" no fundo da caverna, mas o mesmo "cristianismo" não é a própria verdade, e por essa razão posso discordar das idéias que desenham um Deus limitado por regras e credos humanos, limitado pelas fronteiras que a própria humanidade construiu.
Explicar aqui o que quis dizer com Jesus sendo "um Cristo" e não "o Cristo" seria complicado. Como disse, o que postei aqui foi um sermão em minha comunidade, onde as pessoas estão familiarizadas com as idéias partilhadas aqui, onde estão acostumadas a provocações intelectuais do tipo que estou habituado a fazer. Quando falei essas palavras, tínhamos terminado um curso chamado "De Jesus A Cristo" - logo, todos entenderam muito bem o que quis dizer com aquelas palavras.
Como cristão, Jesus é minha "janela" para Deus, mas o acesso a Deus não está limitado por Jesus ou qualquer outro - isso violaria tudo o que se ensina a respeito de Deus em outras partes das Escrituras (além de violar meu senso comum). Isso viola também o que a própria tradição cristã ensina, exemplifico: a tradição protestante enfatiza a "graça" de Deus - ora, se há graça não pode haver restrições ao poder salvador desse Deus, ou seja, se Deus exige que se creia em Jesus para que haja salvação, não há mais "graça", há exigência e limitação ao poder divino de "salvar" a humanidade e a criação.
Para mim, Jesus é o "caminho", a senda que trilho para chegar a Deus, e neste ponto em minha vida seria muito difícil que pudesse enfatizar minha busca por Deus em outro personagem (não importando a historicidade ou não das ações e palavras atribuídas a ele). Mas outras pessoas de tradições religiosas ou não-religiosas diferentes encontraram outras "janelas" e outros "caminhos" que levam àquilo que chamo de Deus, e creio que seus caminhos sejam tão verdadeiros para eles quanto o meu é para mim. O meu Deus pode "salvar" a todos, já que não é tribalista ou egoísta - é apenas a própria "realidade" que todos os humanos buscam, independentemente do formato ou número, etc, que dão a esta "realidade".
3º - Quanto a Pedro, as pessoas que ouviram esta mensagem, entenderam o que quis dizer. Também devo dizer que não acredito que Jesus tenha morrido para se oferecer como um sacrifício por meus pecados. Eu rejeito essa noção tribalista e violenta de Deus. A morte de Jesus serve para mim como um símbolo da vitória sobre a crueldade e injustiça, etc, e não como um sacrifício de um inocente pelos erros cometidos por outros. Essa visão de sacrifício, em minha opinião, é barbárica.
4º - Eu não afirmei que todos os "ismos" tivessem o mesmo valor moral ou ético - afirmar isso seria, no mínimo, ingenuidade intelectual. Eu não posso dizer, por exemplo, que minha fé cristã liberal tenha os mesmos valores éticos e morais do pentecostalismo cristão, tão difundido no Brasil e em outras sociedades (só para citar um exemplo).
5º - Em muitos textos aqui em meu blog, refuto essa idéia tão usada por fundamentalistas e cristãos conservadores (não estou com isso querendo afirmar que você faça parte de nenhum dos dois grupos) - a idéia de que "o homem natural não compreende as coisas do Espírito...". Como você já deve ter notado, eu não vejo a Bíblia de forma literal, logo, não sou obrigado a aceitar as perspectivas de todos os seus autores a respeito de todos os assuntos que discutem lá. Creio que a maior diferença de opiniões que temos, você e eu, se baseie em nossa compreensão da Bíblia ou de como ela deva ser vista.
No todo, penso termos muitas opiniões em comum.
Mais uma vez agradeço por seus comentários, e me desculpo se fui ofensivo ou obscuro em algum momento. Estarei disponível para responder outros comentários.
Abraço,
+Gibson
kra, hj estou muito feliz, pensei q eu era louco, mas vejo q não estou sozinho no mundo rsrsrs...
ResponderExcluirTive uma formaçao religiosa de um Deus severo, justo juízo, depois procurando maior esperiência religiosa, deparei-me com a graça de Deus. Fui membro em uma igreja presbiteriana e aprendi muito sobre teologia. Mas ainda sim a "graça de deus" me desconsertava, pois esse amor que teoricamente se diz incondicional, na prática, é imposto sobre várias condições. Nunca cri em um Deus que pudesse me salvar e deixar outro condenado ao inferno.Um deus pior que eu, pois se eu tenho compaixao pelo ser humano, como o deus em quem eu acredito nao o tem. Un deus como esse não queria... Quero o Deus que deixa as 99 ovelhas e busca uma que está perdida. hehehe esse sim é Deus. Mas vamos lá. Bom pra mim não existira Deus se não houvesse salvação universal... Adoro o cristianismo, mas tudo que é denominação, e olha q as conheço bem, meu caminho tentando achar um caminho (rsrsrs)foi longo, sempre me desapontou quanto ao cristianismo e ao proprio cristo.
felizmente a verdade sempre aparece e no meu caso foi através de uma paixao que tenho: a filosofia. Um dia descobri um filósofo anátema; sim, descobri Baruch Spinoza. Meu Deus, que visão de Deus esse homem tinha. Lendo seu livro " A ética demonstrada o modo dos geômetras" revelou-me o verdadeiro Deus, nossa incapacidade de apreender toda a verdade e a imanencia e trascendência de Deus no mundo. Fantástico.
Fiquei muito feliz ao ver que o cristianismo nao é uma doutrina, um dogma, a continuação dos fariseus tão criticados por jesus, mas uma religiao verdadeira, viva, que se transforma constantemente e nos convida a viver em amor e aprender daquele que é manso e humilde de coração. Gostaria que houvesse cristãos universalistas aqui em uberaba/mg pois estou afastado de qualquer pratica religiosa, uma vez que não consigo ser hipócrita e frequentar as comunidades cristãs, sempre condenando e criticando a todos, mas mesmo assim a esperança e o amor de Deus que excede todo o nosso amor me fortalece.