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domingo, 29 de abril de 2012

Uma caminhada espiritual no Labirinto


Há alguns anos tenho tido a feliz oportunidade de guiar pessoas em sua descoberta da caminhada pelo Labirinto. A própria palavra chega a assustar muitos cristãos – especialmente aqueles que tenham uma herança protestante não-litúrgica, na qual práticas mais tradicionais de oração e meditação não são muito comuns. Minha experiência pessoal com práticas “alternativas” de oração e devoção cristãs, além de minha experiência liderando esses tipos de liturgias, tem se provado um excelente caminho de descoberta e crescimento espiritual.

Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de caminhar o Labirinto, deixem-me explicar um pouco sobre o que se trata: o Labirinto é um caminho, geralmente circular, que te leva a um ponto central e, em seguida, para fora novamente. Os labirintos têm sido usados, há séculos, por cristãos e por pessoas de outras tradições como um caminho de oração, meditação e cura. Para aqueles que já visitaram igrejas medievais na Europa (pensem na Catedral de Chartres, na França), por exemplo, talvez seja fácil lembrar desses labirintos nos pisos de pedra dessas igrejas; ou, talvez, lembrem-se daqueles labirintos verdes nos antigos jardins britânicos; ou nos labirintos nos pisos de muitas igrejas (católicas e protestantes) nos Estados Unidos. Aqui mesmo em nossa congregação, contamos com um modelo portátil de Labirinto que utilizamos para nossa prática de caminhada.

Mas o que fazemos enquanto caminhamos pelo Labirinto? Em primeiro lugar, é sempre bom lembrar que a jornada pelo Labirinto é uma prática espiritual que envolve o nosso “todo” – isto é, envolve o nosso corpo; envolve nosso autocontrole (já que não estamos numa corrida, e, sim, numa caminhada lenta); envolve nossa mente, enquanto meditamos e oramos. Muitos, enquanto caminham, repetem uma oração curta; outros, mencionam uma intenção e caminham focando-se nessa intenção. Outros refletem sobre suas vidas e jornadas pessoais. Muitas pessoas, ao alcançarem o centro do Labirinto, permanecem lá por algum tempo – em pé ou sentadas, algumas acendem uma vela – para orar. Podemos fazer tudo isso e, se forem um tanto atrevido como eu, poderão experimentar diferentes práticas todas as vezes que caminharem pelo Labirinto.

Também é importante dizer que não precisamos, necessariamente, dum labirinto físico para praticarmos essas caminhadas espirituais. Para aqueles que não têm a oportunidade de caminhar através dum labirinto, podem, ainda, praticar uma caminhada de meditação e oração num lugar público em horário mais tranquilo – aqui em Recife, por exemplo, contamos com a praia e com parques onde podemos fazer isso.

Muitas orações podem ser utilizadas para nos centrarmos enquanto caminhamos. Se você não se sente à vontade com orações prescritas, pode dizer suas próprias orações, ou pode recitar trechos das Escrituras. (Como minha preocupação aqui é com a caminhado no Labirinto enquanto prática cristã, é óbvio que trato da oração cristã aqui, mas aqueles que não sejam cristãos – ou mesmo aqueles que se vejam como ateus, agnósticos, ou não religiosos – também podem utilizar a caminhada como uma prática de meditação, obviamente, e podem criar um ritual próprio.) Pode também, utilizar trechos de poesia, ou o que quiser como “mantra”, além da meditação pessoal. A seguir gostaria de listar algumas de minhas orações favoritas quando estou fazendo minhas caminhadas, tanto pelo Labirinto quanto na praia ou parques:

“Deus esteja comigo neste dia, todos os dias, e em minha jornada, e que eu possa ser a presença de Deus para aqueles que encontrar em meu caminho, neste dia, e todos os dias.”

“Aqui estou, meu Jesus, ensina-me.”

“Paz entre mim e meu Deus.”

“Em teu caminho, ó meu Deus, e não no meu, sejam todas as minhas jornadas.”

“Ilumina minha escuridão, ó Luz Eterna. Que tua presença afaste a escuridão da noite.”

“Acalma-me, ó Deus, como acalmas as tormentas da vida. Cessa esse tumulto dentro de mim. Abraça-me com tua paz!”

“Que a paz de toda a paz esteja comigo agora!”


Independentemente de como damos voz à nossa busca espiritual, minha experiência, assim como a de muitas outras pessoas, é que a caminhada espiritual – seja no Labirinto ou fora dele – é uma ótima prática de centração espiritual que nos ajuda a encontrarmos novas direções em nossas vidas. Experimente e me conte depois!

+Gibson

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