Um
leitor – que chamarei de E.N. – me enviou uma das
mensagens/perguntas mais breves e mais complexas que já recebi de um
leitor deste blog:
“O
Espírito Santo não é uma pessoa?”
Minha resposta:
Depende
de quem você é e a quem você pergunta!… A maioria dos
cristãos, provavelmente, dirá que sim – mas, se perguntados, a
explicação sobre o que esse “sim” significaria para eles já é
outra questão.
As
noções sobre a Divindade, na teologia cristã, tradicionalmente se
entrelaçam com outros pontos doutrinários. Assim, para responder a
uma pergunta como a sua, teria de falar sobre minha crença a
respeito de Deus, a respeito de Jesus, a respeito das Escrituras.
Essas compreensões, por sua vez, têm um impacto na forma como
entendo o que seja salvação e como essa ocorre. E a lista continua…
Tudo está interligado.
Na
verdade, a Igreja, em toda a sua diversidade, tem noções muito
complexas sobre o Espírito Santo – com todas elas encontrando
apoio na Bíblia e na Tradição. Assim, há cristãos que acreditam
ser o Espírito Santo uma pessoa, enquanto outros não. E a própria
linguagem bíblica abre espaço para a diversidade de opiniões.
Algumas vezes a Bíblia fala sobre o Espírito Santo como um
vento/sopro, outras vezes como uma influência, enquanto outras vezes
como se fosse uma pessoa.
Na
história da Igreja, demorou até pelo menos o século IV para que as
lideranças cristãs impusessem uma interpretação, que veio com o
Credo Niceno. É a partir desse documento da Igreja (e dos credos
posteriores) que se exige que os cristãos acreditem que o Espírito
Santo seja uma pessoa (hypostasis). Assim, católicos romanos,
ortodoxos e muitos protestantes (luteranos, anglicanos, metodistas,
presbiterianos etc) abraçam, oficialmente, essa visão. A maioria
dos cristãos não-trinitaristas (aqueles que não aceitam a
doutrina ortodoxa da Trindade), entretanto, abraçam a visão de que
o Espírito Santo seja uma referência ao próprio Deus ou à sua
influência.
Assim,
a resposta depende de qual seja a sua tradição cristã!
Paz! Grande abraço!
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