.

.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"O Espírito Santo não é uma pessoa?" - respondendo à questão de E.N.


Um leitor – que chamarei de E.N. – me enviou uma das mensagens/perguntas mais breves e mais complexas que já recebi de um leitor deste blog:

O Espírito Santo não é uma pessoa?”


Minha resposta:

Depende de quem você é e a quem você pergunta!… A maioria dos cristãos, provavelmente, dirá que sim – mas, se perguntados, a explicação sobre o que esse “sim” significaria para eles já é outra questão.

As noções sobre a Divindade, na teologia cristã, tradicionalmente se entrelaçam com outros pontos doutrinários. Assim, para responder a uma pergunta como a sua, teria de falar sobre minha crença a respeito de Deus, a respeito de Jesus, a respeito das Escrituras. Essas compreensões, por sua vez, têm um impacto na forma como entendo o que seja salvação e como essa ocorre. E a lista continua… Tudo está interligado.

Na verdade, a Igreja, em toda a sua diversidade, tem noções muito complexas sobre o Espírito Santo – com todas elas encontrando apoio na Bíblia e na Tradição. Assim, há cristãos que acreditam ser o Espírito Santo uma pessoa, enquanto outros não. E a própria linguagem bíblica abre espaço para a diversidade de opiniões. Algumas vezes a Bíblia fala sobre o Espírito Santo como um vento/sopro, outras vezes como uma influência, enquanto outras vezes como se fosse uma pessoa.

Na história da Igreja, demorou até pelo menos o século IV para que as lideranças cristãs impusessem uma interpretação, que veio com o Credo Niceno. É a partir desse documento da Igreja (e dos credos posteriores) que se exige que os cristãos acreditem que o Espírito Santo seja uma pessoa (hypostasis). Assim, católicos romanos, ortodoxos e muitos protestantes (luteranos, anglicanos, metodistas, presbiterianos etc) abraçam, oficialmente, essa visão. A maioria dos cristãos não-trinitaristas (aqueles que não aceitam a doutrina ortodoxa da Trindade), entretanto, abraçam a visão de que o Espírito Santo seja uma referência ao próprio Deus ou à sua influência.

Assim, a resposta depende de qual seja a sua tradição cristã!

Paz! Grande abraço!

+Gibson

Nenhum comentário:

Postar um comentário