A
julgar por algumas mensagens que tenho recebido ultimamente, imagino
que algumas pessoas confundam minhas posições teológicas com
posições políticas que, pessoalmente, não abraço. Muitos tendem
a confundir, por exemplo, a defesa duma teologia “liberal” ou
“progressista” como sinônimo da defesa de visões políticas
“socialistas” ou “marxistas” de minha parte. Este texto é um
esclarecimento pessoal a respeito disso.
Em
primeiro lugar, é bom que eu deixe claro, mais uma vez, que sou
contrário à mistura de Igreja e Estado – isso, na verdade, é um
dogma para mim, no que concerne à vida numa República. Isso
significa, inclusive, que sou contrário à utilização do púlpito
e das instituições eclesiásticas para a promoção de candidatos a
cargos eletivos e de partidos políticos. Levo muitíssimo a sério a
advertência evangélica, quando atribui a Jesus as palavras “Dai
a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”
(Mateus 22:21)
Isso,
obviamente, não quer dizer que consiga me despir de minhas
perspectivas políticas quando lido com temas teológicos – ou vice
versa. Mas, estou comprometido em não mesclar institucionalmente, de
forma ativa e consciente, minhas perspectivas políticas pessoais e
meus compromissos eclesiásticos.
Este
blog não é um espaço eclesiástico, per se. Mas está
ligado às minhas atividades como um Ministro da Palavra e do
Sacramento. Logo, estendo aquele meu compromisso ético a estas
páginas. Nunca incentivei voto em candidatos políticos aqui, e
estou compromissado em nunca fazê-lo – mesmo que eu tenha minhas
próprias convicções eleitorais.
Contudo,
para que fiquem claras minhas posições a meus leitores: Não sou um
comunista. Não sou um socialista. Não sou um marxista. Não sou um
anarquista. O termo progressista
– quando o uso, o que é uma raridade, apesar do endereço deste
blog – aqui não significa nenhuma dessas posições.
Politicamente,
declaro-me como um liberal democrata.
Um cidadão politicamente liberal e comprometido com a democracia.
Escrevo explicitamente sobre minhas opiniões políticas em outro
espaço – no blog chamado “O
Farol da Liberdade: A Voz do Liberal Democrata”. Minhas
ideias são geralmente vistas pelos ditos “esquerdistas”
brasileiros como sendo de “direita”, e pelos ditos “direitistas”
como sendo de “esquerda”. Eu as classifico como sendo
simplesmente “políticas” – da mesma forma como prefiro, honestamente, classificar minha fé simplesmente como "cristã", como pregava o Rev. James Martineau.
Apesar
de minha fé cristã ser “política” – porque não é uma fé
vivida apenas individualmente, mas exige a comunidade (a Igreja) para
ser praticada –, não a confundo com credos políticos. Assim,
mesmo que, eventualmente, trata de temas que envolvam a política
eleitoral ou partidária nos textos que publico aqui, tenho o cuidado
de não impor minhas visões partidárias aos leitores deste blog.
Se
meu liberalismo teológico parece, às vezes, estar associado a
ideias socialistas no que tange aos costumes, isso ocorre porque no
Brasil a visão de tais temas é mais “conservadora” (um
qualificativo inapropriado, considerando que me considero
conservador, uma vez tento conservar minhas visões liberais!) que
aquelas que braço. Se, por outro lado, posso parecer, às vezes,
misturar meus liberalismos – o teológico e o político –, isso
ocorre por os dois estarem historicamente ligados em suas origens e
desenvolvimento.
Resta
apenas enfatizar que este blog trata de teologia, fé, prática
religiosa, Igreja, tradições cristãs. Não de “política”
partidária ou daquelas ideologias propriamente identificadas como
“políticas”. O que há de “político” aqui corresponde à
“natureza” social da fé cristã.
Paz!
+Gibson
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